segunda-feira, 29 de setembro de 2008

dicas para elaboração do roteiro para o objeto de aprendizagem

Agora que já vimos e analisamos alguns objetos de aprendizagem, através do aporte teórico de algumas leituras, nos resta tentar fazer um objeto interessante, levando em consideração tudo o que achamos interessante (e principalmente o que não gostamos) do que vimos até então.

O primeiro passo é planejarmos o objeto. Mas o que é um objeto de aprendizagem? Vejamos a definição de Wiley (2002, p.7), que apresenta objetos digitais de aprendizagem como "qualquer recurso digital que pode ser reusado para dar aporte à aprendizagem". Este é um conceito bastante amplo, que inclui também textos, apresentações, vídeos...
Mas estamos falando de um tipo específico de objeto. Para facilitar a busca destes objetos, temos os repositórios, quase uma "biblioteca" de objetos. Cada repositório tem um perfil próprio e, para tanto, adota um tipo de padronização, ou padrão. Um exemplo disso é o SCORM, adotado por alguns repositórios, como o do Rived, já explorado em outra oportunidade.
Por conta da amigabilidade do ambiente e da facilidade para criar novos objetos, faremos objetos seguindo a linha do JClic, que possui uma lógica de produção relativamente simples, porém, com algumas limitações. Lembrem o tempo todo que este é um exercício de criação para repensarmos o que efetivamente "utilizamos", o que podemos utilizar, para que e a forma como fazemos uso dos recursos na educação.

Quero que vocês extrapolem o óbvio. Não é por que vocês encontram vários exemplos pouco criativos que vocês precisam fazer o mesmo. Levem em consideração tudo o que já discutimos, sobre a função do professor como um provocador, a interligação entre diferentes aspectos de um determinado assunto (ou suas diferentes facetas e as formas como se relacionam), os aspectos da nossa contemporaneidade que permeiam (e talvez até modelem) nosso dia-a-dia...

Não percam tempo tentando reafirmar o senso comum (exceto que hajam equívocos neste senso comum, caso em que precisam ser explorados). Claro que todos nós construímos novos conhecimentos a partir do que sabemos, ou seja, o senso comum pode ser um ponto de partida. Mas ele ajuda a desenvolver aspectos de que? Eu posso aprofundar e questionar quais elementos a partir dele? Este senso comum apresenta algum equívoco?

Antes de mais nada, delimitem muito bem o assunto (conteúdo), aspectos do assunto (temas), o público para quem foi pensado, bem como seus objetivos. Deve ser muito claro, durante todo o processo de criação, onde queremos chegar.

Esquadrinhem cada detalhe, montem um passo-a-passo de tudo o que será feito e o que é necessário para cada quadro: o roteiro. Planejem as ações, quais imagens/sons... que serão utilizados, quais textos darão aporte, outras coisas serão disponibilizadas?

Detenham atenção nos aspectos conceituais: não vale a pena construir objetos com equívocos (como nós mesmos vimos vários);

E lembrem: este é um processo criativo. Não é nada mecânico ou pré-definido. É exatamente por isso que eu quero que o planejamento seja construído com cuidado: ele é nosso porto seguro mesmo nas horas de aflição ou dúvidas (aquela hora que você se pergunta "o que é mesmo que eu estou fazendo aqui?"). E, enquanto processo, o roteiro e o planejamento não são camisas de força, ou seja, é muito provável que eles sejam repensados e reconstruídos durante o processo.

Dessa forma, é importante disponibilizar o roteiro da forma como ele foi concebido. Provavelmente ele vai ser transformado ao longo do processo, mas eu quero perceber este percuso percorrido por cada um.


WILLEY, David A. (2002) Connecting learning objects to instructional design theory: Adefinition, a metaphor, and a taxionomy. Disponível em: . Acesso em (29/09/2008).

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